1000 DIAS DE (DES)GOVERNO GLADSON CAMELI

Por Cesario Campelo Braga

“Dinheiro tem, o que falta é gestão”. Esse foi o eixo central da campanha vitoriosa do atual governador do Acre, Gladson Cameli, que hoje completa mais de 1.000 dias a frente da administração do Estado.

Para além dos memes, dancinhas e mentiras proferidas por onde anda, nesses 1.000 dias, Gladson demostrou o total despreparo para governar. Sem resultados para comemorar, amarga um governo marcado pela inércia, descaso com o serviço e servidores públicos e por escândalos de corrupção, operações e investigações.

Na área de infraestrutura quase inexistem obras e a manutenção de estradas, como a BR-364, não estão sendo realizadas. Na zona rural, os pequenos produtores estão jogados a própria sorte, sem ramais, sem assistência técnica ou políticas de mecanização da terra.

Os servidores públicos vivem a defasagem salarial, que não acompanha sequer a inflação, estão sobrecarregados pela falta de contratação de novos profissionais (nem para a reposição dos que estão se aposentando). E mesmo com as constantes greves e paralisações, não conseguem um diálogo efetivo com o governo. Sem falar na reforma da previdência estadual que prorrogou o tempo de contribuição de todos.

Na administração, as principais notícias foram as prisões: do diretor presidente do DEPASA, Sebastião Fonseca, e do diretor financeiro, irmão do senador Márcio Bittar (MDB), Edson Siqueira – ambos acusados de desvios de recursos públicos. Além escândalo com o secretário adjunto de Educação, Márcio Mourão, indiciado por associação criminosa, falsidade ideológica e fraude em licitação pública na investigação de superfaturamento de computadores da Secretaria Estadual de Educação.

Isso tudo sem falar nas inúmeras investigações em curso, como a compra de livros didáticos que são fornecidos pelo MEC, as investigações nos recursos do covid-19 e na SESACRE, a operação para averiguar supostas irregularidades no Iapen, às centenas de dispensas de licitação, caronas e mais caronas para provimento de serviços, o favorecimento das empresas de Manaus e o possível escândalo de compra de precatórios, que ronda todos os bastidores da política acreana e que pode envolver diretamente o Palácio.

São 1.000 dias, tempo mais do que suficiente para avaliar que nesse governo, não falta apenas gestão, falta seriedade nos gastos do dinheiro público, falta respeito com os funcionários de carreira da administração, falta compromisso com os pequenos produtores rurais, falta capacidade da equipe para captar recursos e realizar obras, falta um governador sentado na cadeira trabalhando, e não apenas realizando uma vontade mimada de assumir o cargo de governador.