Por g1 AC — Rio Branco

Famílias afetadas pela cheia do Rio Acre vão receber ajuda financeira das Cáritas  — Foto: Cassius Afonso/Rede Amazônica Acre

Famílias afetadas pela cheia do Rio Acre vão receber ajuda financeira das Cáritas — Foto: Cassius Afonso/Rede Amazônica Acre

Famílias de Rio Branco, capital do Acre, Brasiléia e Epitaciolândia, no interior, atingidas pela enchente do Rio Acre, vão receber cartões multipropósito para compra de alimentos, produtos de higiene, de limpeza, pagar aluguel ou transporte. O valor pago será de R$ 980 em uma única parcela.

A iniciativa é da Rede Cáritas no Brasil, em parceria com a Catholic Relief Service (CRS) por meio do Programa Empower, com o apoio técnico da Agência Católica para o Desenvolvimento Ultramarino (Cafod), e financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

As equipes fizeram o cadastramento de 190 famílias, com cerca de 760 pessoas, das três cidades para receberem o cartão. A entrega está previsa para a próxima semana, mas sem dia definido ainda.

As famílias selecionadas obedecem os seguintes quesitos:

  • Afetadas por enchentes
  • Famílias que sofreram danos à moradia e/ou necessitam de deslocamento devido às enchentes
  • Famílias que tenham mulheres como chefe de família ou pessoas sozinhas como chefe de família
  • Famílias com crianças menores de cinco anos e/ou com mulheres grávidas ou amamentando e/ou com idosos (60 anos de idade ou mais)
  • Famílias com pessoas com deficiência
  • Famílias com indivíduos com problemas de saúde que requerem medicação e cuidados permanentes
  • Pessoas solteiras
  • Cuidadores que atendam a critérios de renda e vulnerabilidade.

Em março, os moradores atingidos pela cheia do manancial tiveram assistência do Projeto Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras, com agentes da Cáritas Brasileira, em parceria com a Paróquia Imaculada Conceição, a Diocese de Rio Branco e o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM).

Foram feitas visitas às famílias e entrega de kits de higiene e limpeza.

Cheia histórica

A capital acreana vivenciou a terceira maior enchente da história em 2023 e esta foi a mais rápida em termos de alcance de cotas históricas. O manancial chegou à marca de 17,72 metros no dia 2 de abril, são 3,72 metros acima da cota de transbordo, que é de 14 metros.

Pelo menos 75 mil pessoas foram atingidas, 42 bairros alagados e mais de 3,3 mil famílias que precisaram ser levadas a abrigos públicos. No total, mais de 15,4 mil moradores tiveram que deixar suas casas por conta da cheia do manancial. Além disso, 27 comunidades rurais ficaram isoladas, com 7,5 mil pessoas de mais de 1,8 mil famílias.

Em Brasileia, 115 famílias, com um total de 459 pessoas, precisar ir para abrigos por conta da cheia. Defesa Civil Municipal acredita que mais de 2,9 mil famílias com 8,9 mil pessoas foram atingidas pela cheia.

Segundo o órgão, 2.413 famílias ficaram desalojadas, totalizando 8.446 pessoas em casas de parentes ou amigos. Oito bairros ficaram alagados.

Também por conta da enchente, a ponte que liga Brasiléia e Epitaciolândia foi parcialmente interditada no dia 27 de março. Só transitavam veículos oficiais envolvidos no resgates das famílias.

Cidade vizinha, em Epitaciolândia 400 pessoas ficaram desabrigadas e 603 desalojadas por conta da enchente do Rio Acre. A cidade montou nove abrigos para atender as famílias.

Além de comunidades da zona rural, cinco bairros foram afetados pela alagação.