Ministério da Saúde discute incluir grávidas como prioridade para vacinação

Gregory Prudenciano e Renato Barcellos

Em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (21), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta vai discutir com associações médicas a possibilidade de inclusão de mulheres grávidas como grupo prioritário no Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. Atualmente, somente são consideradas prioritárias as grávidas com comorbidades.

Segundo Queiroga, estudos internacionais apontam para risco maior de complicações associadas à Covid-19 no caso das gestantes, e por isso o debate é necessário. Nesta quinta-feira (22), o Ministério da Saúde fará uma reunião com técnicos da pasta e representantes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Fesbrago) sobre o assunto.

Queiroga também disse que o Brasil pretende vacinar contra a Covid-19 todos os grupos prioritários até setembro de 2021.

Segundo o ministro, o Brasil tem acelerado a velocidade de sua vacinação, e “se continuar neste ritmo, até setembro vamos atingir a imunização da população prevista no Programa Nacional de Imunização”. “Nosso objetivo é que isso ocorra antes, até porque o esforço que estamos envidando deve resultar em novas doses de vacina”, disse Queiroga.

O ministro, no entanto, evitou se comprometer com um número específico de novas vacinas que devem chegar ao Brasil nas próximas semanas, mas afirmou que o país deve conseguir antecipar para os meses de abril, maio e junho a chegada 15,5 milhões de doses de vacinas da Pfizer e relatou que estão em negociação com a farmacêutiva americana mais 100 milhões de doses, que devem ficar para o ano que vem.

“Estamos em tratativas avançadas para firmar um novo contrato com a Pfizer de 100 milhões de doses, isso com vistas ao ano de 2022”, pontou.

Queiroga também relatou que o Ministério da Saúde está “buscando outras opções” de imunizantes, e citou as vacinas Covaxin, da indiana Bharat Biotech, e a russa Sputnik V, ainda não aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o ministro, caso a Anvisa já tivesse aprovado o uso da Covaxin no Brasil, “já teríamos, para os próximos meses, um aporte de 20 milhões de doses” do imunizante. “Esperamos que a Anvisa conclua essa avaliação para que tenhamos essa vacina”, reforçou.

Sobre a Sputnik V, Queiroga disse estar em contato com os governadores do Norte e Nordeste, que têm tentado a compra de 37 milhões de doses do imunizante russo. Além disso, o próprio Ministério da Saúde já tem um acordo para a compra de 10 milhões de doses, lembrou o ministro.

Com roupa de hospital, mulher na reta final da gravidez coloca a mão na barriga
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Foto: CNN (19.ago.2020)