Bebê passa por cirurgia para retirada de ‘bolsa’ do tamanho de um melão em Rio Branco

Por Aline Nascimento, G1 AC

Um bebê recém-nascido passou por uma complexa cirurgia, que durou três horas, na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em Rio Branco. O bebê nasceu com uma malformação chamada encefalocele, quando parte cérebro fica em uma espécie de ‘bolsa’ para fora do crânio.

A cirurgia foi feita quando a criança tinha dois dias de vida. O bebê, que nasceu na Maternidade Bárbara Heliodora, na capital acreana, foi diagnosticado também com hidrocefalia e passou por outra cirurgia na cabeça. Quase um mês depois do procedimento, realizado no dia 26 de maio, o menino segue internado no Hospital da Criança tratando uma pneumonia. O G1 não conseguiu contato com a família do bebê.

‘Era muito grande, do tamanho de um melão’

À reportagem, o neurocirurgião responsável pelo procedimento, Luan Messias Magalhães, explicou que a malformação ocorre no primeiro mês de desenvolvimento do feto e logo é identificada por causa do tamanho da cabeça. Ele explicou sobre a importância de fazer a cirurgia logo após o nascimento.

“É uma urgência porque parte do cérebro está em comunicação com o meio externo e tem o risco de infecção, de sair mais cérebro. Essa pele que é fechada não é uma pele normal como a nossa. É um tecido fino que precisa ser operado logo para não ter complicações”, disse.

Conforme Magalhães, a ‘bolsa’ é composta por um líquido chamado de liquor e cérebro. Nesse caso, o profissional afirmou quer havia uma pequena quantidade de cérebro, mas a malformação tinha o tamanho de um melão.

Cirurgia foi realizada com sucesso, mas bebê segue internado no Hospital da Criança tratando uma pneumonia — Foto: Arquivo pessoal

Cirurgia foi realizada com sucesso, mas bebê segue internado no Hospital da Criança tratando uma pneumonia — Foto: Arquivo pessoal

“Como tiramos pouca quantidade de cérebro, acreditamos que ele vai evoluir bem. Vai depender muito das complicações que vai ter por conta do líquido que vai circular na cabeça”, frisou.

Segundo o médico, essa foi uma das maiores cirurgias já realizadas no estado por conta do tamanho da malformação. O bebê vai precisar de acompanhamento dos médicos para descobrir quais sequelas podem ficar.

“Os casos menores são bem frequentes, do tipo de um limão. Esse era muito grande, do tamanho de um melão. A cirurgia ocorreu dentro do esperado, foi bem sucedida”, concluiu.