Em Epitaciolândia: Estudante de Medicina surra e mantém namorada em cárcere privado

acjornal.com

 Com fama de playboy, ele está sendo alvo de pesadas ameaças nas redes sociais, por amigos brasileiros e outros bolivianos de sua namorada, uma também acadêmica da Universidade Amazônica de Pando, agredida gravemente e colocada em cárcere privado em seu próprio apartamento, no centro de Epitaciolândia.

A vítima relatou na delegacia de policia ter apanhado muito e submetida a humilhações inapeláveis por mais de 30 horas, trancada, enquanto Diegoh tomava posse do seu celular, xeretava mensagens privadas e apagava sua lista de amigos no Facebook, WhatsApp, Instagram e Telegram.
A moça foi resgatada por amigos após Diegon ter se ausentado do imóvel.
Exames de corpo de delito comprovam a agressão, tão grave ao ponto da garota esconder seu corpo de familiares, envergonhada.

Uma carta escrita pela vítima (leia abaixo) relata a possessão de Diegoh e os momentos de terror que sua namorada passou. Ela foi trazida para Rio Branco, está sob cuidados médicos, enquanto Diegoh fugiu para a zona rural de Acrelândia, possivelmente sob a proteção de terceiros.

Namoramos desde 2019, e em março de 2021 terminamos definitivamente… Ele foi fazer o internato dele em boca do Acre e eu fiquei aqui, na minha, vivendo minha vida.

Ele ficou com outras mulheres pra lá, depois veio me pedir perdão, disse que me amava e que não queria outra pessoa na vida dele, que não via o futuro dele sem que eu estivesse, que queria construir uma vida comigo, uma família, etc…

E como eu não me envolvi com ninguém, pq não me permiti mesmo, até que eu queria, mais não conseguia.
Acabei cedendo às insistências dele de voltar, e resolvemos que quando ele voltasse, conversaríamos, pra fazer as coisas diferente, pra tentar dar certo.

Pq do jeito que já tínhamos vivido não tinha dado, moramos juntos por 1 ano e meio, mais ou menos.
Já tinha tido desgaste demais.

Então agora no final de outubro ele voltou de boca do Acre, mais eu tive que ir pra Porto Velho, acompanhar minha mãe no tratamento dela.

Quando voltei, fui para Epitaciolândia, ele foi também, e lá disse que teríamos que pensar no futuro, e queria ficar morando comigo… A gente montava um negócio, e viveríamos bem.
Enquanto eu terminava a faculdade e ele estudava pro revalida.

Eu falei que não era assim, que não tínhamos combinado isso, eu queria fazer as coisas com calma, não queria mais morar junto com ele, sem casar, sendo só namorados, até pq tínhamos passado o ano todo praticamente longe, tínhamos muitas coisas a consertar, se fosse pra ficar juntos.

E foi por isso que ele se irou e veio pra cima de mim.

Eu tava sentada no sofá estudando, ele tomou o notebook das minhas mãos, jogou no chão. E começou a me agredir.
Do nada…. Apenas pq discordei dos pensamentos dele.

Ele fechou a porta do apartamento, retirou a chave, quando eu tentei correr pra porta, ele me puxou pelos braços me jogou no sofá, eu consegui pegar a chave, mais não conseguia abrir a porta pq ele não permitia.
Gritei por socorro, ninguém me ouviu, ele tampou minha boca e disse que se eu gritasse quebraria todos os meus dentes.

Eu só consegui abrir a porta umas 17:30, mais não consegui sair pq não tive espaço. Nem pra correr e pedir socorro. Ele me alcançaria.

Eu fiquei lá deitada, pedindo a Deus que me tirasse dali, que aparecesse alguém, que alguém sentisse minha falta.
Mais não apareceu ninguém. 😔

Ele pegou meu celular, revisou todas as minhas redes sociais, whatsapp, telegram, pra ver se tinha mensagem, curtidas, de alguém que ele achasse que eu estaria “dando moral”, pra que ele continuasse me agredindo, procurou um motivo, mais não encontrou.
Depois ficou me torturando psicologicamente, me impedindo de falar, dentro da minha própria casa, depois a noite, ele falou que ia para casa da irmã dele, e eu falei que vinha pra casa dos meus pais, fui arrumar minhas coisas e enquanto eu fazia a mala, ele foi até a cozinha, pegou um arroz de 5 kg espalhou pelo ap todo, depois farinha, as frutas ele jogou no chão e pisou em cima.
E eu tive que limpar, ele deitou do lado do meu celular pra que eu não tirasse foto, e eu fui limpar, pq era minha casa, e minha mãe ia voltar comigo pra lá.
Mais as marcas estão nas paredes ainda.

Ele ficou deitado esperando eu terminar de limpar dez horas da noite, depois disse que não ia mais embora naquele dia pq a irmã dele tinha mudado de casa e ele não sabia ao certo onde era.

E dormiu lá no AP, eu tava tão exausta que eu só queria deitar e dormir, esquecer tudo aquilo que passei.

E depois disso tudo ele veio falar como se nada tivesse acontecido, fazendo planos pro futuro.

Na sexta amanheceu chovendo, e eu no desespero para que fosse embora da minha casa, me sujeitei a ir levar ele na casa da irmã dele em Brasileia.

Fui lá deixei e vim para a casa dos meus pais, em choque com tudo que vivi no dia 11/11/2021 – quinta feira a partir das 15 horas da tarde.

A reportagem apurou que a polícia procura Diegoh, que deve ser enquadrado na Lei Maria da Penha.