Leitora diz que colapso no Hospital Regional também tem origem na ineficiência das UBSs

Chiquinho Chaves

Após reunião de vereadores dos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia, na manhã desta segunda-feira 25, para tratar do colapso no hospital regional do Alto Acre,  uma leitora do sentineladafronteira.com.br escreveu mensagem para nossa redação dizendo que os problemas também têm origem na ineficiência das UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

A leitora é funcionária pública, preferiu não se identificar. Segundo ela, os problemas não podem ser terceirizados, os municípios precisam assumir suas demandas, suprindo a falta de médicos, falta de medicamentos, falta de insumos para teste rápido, além de desburocratizar consultas e exames. “Não vemos ações educativas, preventivas, efetivas e transparentes nos municípios”, pontua.

Para nossa leitora o colapso do hospital regional do Alto Acre começa nesse desamparo que o doente tem nas unidades básicas de saúde fazendo com que de imediato procure o hospital sobrecarregando o fluxo e colapsando o atendimento. “Temos profissionais exaustos fazendo o que podem para atender bem. Quero ver a bancada fazendo funcionar as UBSs, por que terceirizar a culpa? Tem q haver parceria entre estado, município e população”, disse ela.

O que dizem os Secretários Municipais de Saúde

Brasiléia

O secretário de saúde de Brasiléia João Melo, destaca que o Sistema Único de Saúde (SUS), preceitua que as UBSs são responsáveis pela atenção básica primária, no tocante a atenção secundária e terciária que são os atendimentos com especialidades, fica sob a tutela estadual, no caso o Hospital.

Melo assumiu há pouco mais de 10 dias a pasta da saúde em Brasiléia, enfatiza que nesse tempo como secretário, várias medidas já foram tomadas inclusive com a direção do hospital além de ampliar o diálogo com os vereadores que são as vozes da população.

Sobre a atenção básica, Joãozinho reforça que o atendimento municipal está funcionando e não é de hoje em todas as unidades, muito embora reconheça que o paciente na maioria das vezes procura em primeiro lugar o hospital quando era para fazer consulta na UBS. “O que paira na cabeça do paciente é que se ele acha que tem um problema de saúde e esse problema é mais grave, ele olha o hospital, inclusive o tamanho do prédio, a capacidade de resolução de problemas, o número de profissionais ai é claro que ele vai logo para o hospital, mas isso não quer dizer que nosso sistema municipal de saúde não esteja funcionando”, falou ele.

O município de Brasiléia conta com nove unidades, três na zona rural e seis na zona urbana, todas elas com atendimento básico a população, muito embora se reconheça que diante do aprofundamento da crise de saúde se faz necessário tomar medidas mais robustas, algumas já estão sendo executadas como é o caso de uma unidade de saúde (Fernando Azevedo  Correia), que foi transformada em unidade de referência para covid-19, fazendo coletas, testes rápidos e mais elaborados como é o caso do da coleta  utilizando um cotonete especial (swab).

Epitaciolândia

O secretário de Epitaciolândia Cassius Hassem, pontua que os serviços nas Unidades Básicas de Saúde do município estão acontecendo, contudo a saúde local enfrenta problemas por falta de profissionais já que, dois médicos testaram positivo para covid-19, dois médicos entraram de férias no início do ano, e outros dois pediram demissão de seus contratos com o município para serem contratados pelo governo do estado.

A questão de medicamentos na unidade que atende pacientes com suspeitas de covid-19, (sentinela), no Bairro Satel,  está dentro da normalidade, existe o kit-covid que é distribuído quando a pessoa testa positivo. Os testes estão sendo utilizados criteriosamente evitando desperdícios, preferindo fazer os testes após sete dias que o paciente sentiu os sintomas da doença.

Epitaciolândia conta com uma unidade central chamada de UPA, uma espécie de mini hospital, pretende ampliar o atendimento dessa unidade que hoje funciona nos períodos da manhã e tarde com um médico por cada plantão, a ideia é dois médicos de manhã e dois a tarde, porém há carência desses profissionais em virtude do agravamento da doença Brasil a fora. “Nós estamos precisando de três a quatro médicos, consegui contato com um, provavelmente para daqui há quinze dias ele venha, a falta de médicos está ocasionando isso no município, comentou Cassius.

O secretário de Epitaciolândia finaliza dizendo que existe uma ausência momentânea de profissionais da área de saúde local, segundo ele, vários funcionários, foram acometidos pela covid-19 e dengue.